sp.sa
do alto no nono andar,
a cidade está quieta.
meus olhos puídos
amparados sobre ela
comparam a cor dos
telhados.
há sobras da chuva
de ontem e o comércio
está fechado. a fumaça
muito espessa, ainda que
do alto no nono andar,
a cidade está quieta.
meus olhos puídos
amparados sobre ela
comparam a cor dos
telhados.
há sobras da chuva
de ontem e o comércio
está fechado. a fumaça
muito espessa, ainda que
vista de longe, revela um homem
que fuma na janela.
mais ao leste, um senhor
de si atravessa a rua após
mirar os dois lados. e uma
mulher de casaco branco
passa por ele de um jeito
que eu considero alegre.
ela caminha na direção
oposta e parece ter pressa.
ou então são meus olhos cansados
e recôncavos que - do alto
do nono andar - me fazem
ficar tão perplexa.
se viro o pescoço pro oeste,
se revelam novos traços.
vejo o arvoredo de uma rua
bem próxima. antenas, fios,
passarinhos emaranhados.
e um casarão antigo.
a porta se abre e dela sai
um moço de passo acelerado.
vai tinindo o rapaz, driblando
o meio-fio da calçada e virando
a esquina do prédio enorme,
sob cuja marquise repousa um cão.
perto dali, ressurge a mulher
de branco falando ao celular e
gesticulando divertida. sigo sua
rota vadia até que ela some
de vez entre os infindos vales
de prédios que arranham os céus desta
imensa são paulo cravada na minha retina.
que fuma na janela.
mais ao leste, um senhor
de si atravessa a rua após
mirar os dois lados. e uma
mulher de casaco branco
passa por ele de um jeito
que eu considero alegre.
ela caminha na direção
oposta e parece ter pressa.
ou então são meus olhos cansados
e recôncavos que - do alto
do nono andar - me fazem
ficar tão perplexa.
se viro o pescoço pro oeste,
se revelam novos traços.
vejo o arvoredo de uma rua
bem próxima. antenas, fios,
passarinhos emaranhados.
e um casarão antigo.
a porta se abre e dela sai
um moço de passo acelerado.
vai tinindo o rapaz, driblando
o meio-fio da calçada e virando
a esquina do prédio enorme,
sob cuja marquise repousa um cão.
perto dali, ressurge a mulher
de branco falando ao celular e
gesticulando divertida. sigo sua
rota vadia até que ela some
de vez entre os infindos vales
de prédios que arranham os céus desta
imensa são paulo cravada na minha retina.
3 comentarios:
do alto de um 13o andar
uma pessoa
se despe
arruma suas roupas no pertoril
faz o sinal da cruz
voa suavemente
sob a lua cheia
e se esborracha na marquise
a cidade nunca dorme nos olhos de quem a observa.
(sampa agradece a visita da gaúcha-candanga)
Estudo Anatômico
Eu já sei me movimentar
Como se nem tivesse
Músculo, osso, epiderme.
Tendo aprendido o imenso,
Desafio espaço e tempo
E me expando:
Um braço alcança a África,
Um outro, desgovernado,
Bagunça o norte da América
Um pé pisa fundo dentro do Atlântico
Os olhos se distraem na Lua
E o coração se atira pesado
sobre a cidade de São Paulo.
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