sentada à sombra, numa das tantas praças de antígua, sinto o sol aquecer minha pele enquanto um ventinho cíclico passa ora aqui, ora acolá. meus olhos estão focados na encruzilhada entre duas ruas: de um lado, há uma igreja. do outro, uma tenda onde vendem refrescos, doces e salgados.
em todas as direções, a gente guatemalteca caminha lentamente em caminhos paralelos ou opostos. são mulheres de cabelos negros muito lisos e traços bem feitos, cujas roupas e bolsas explodem em cores vivas. as crianças também andam soltas: jogam, brincam, descansam.
os homens parecem mais ocupados. empurram carrinhos, têm os passos mais largos. menos aquele ali, deitado na grama da praça. estirado sob uma árvore de flores violetas, ele não tem pressa de nada: já leu o jornal do dia, comeu uma melancia, gastou bons minutos observando ao redor.
eu, do meu lado, deixo os olhos seguirem a intuição. às vezes acompanho o rebolar juvenil de uma estudante de saia azul marinho. noutros momentos, me detenho no balançar das folhas e plantas. gosto ainda de cerrar os olhos e dedicar atenção profunda aos distintos sons da praça.
se me canso, mudo do sol para a sombra, fecho o livro, sento no chão, me acomodo num banco, viro de lado. em poucas horas sei que terei fome: almoçar é meu único compromisso do dia e, mesmo assim, não sei se o cumprirei. talvez prefira simplesmente comer maçãs.
1 comentario:
Que inveja! Belo texto!
Adorei sua visita. Muito obrigada!
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