16.2.11

quixotismos

bueno, hoje chega ao fim mais um capítulo da minha aventura mochileira. encerra logo mais o curso de comunicação e gênero que eu e mais 40 companheir@s de 13 países compartilhamos nestes últimos dias aqui em havana. mais do que adquirir conhecimento acadêmico, aprendi muito com cada uma e cada um dos meus colegas: trocamos experiências de trabalho e, sobretudo, de vida.

para mim, que procuro construir novas maneiras de me relacionar com cada pessoa, estes dias foram bem intensos.
reservamos boa parte das classes para debater sobre os padrões socioculturais que determinan como devem se comportar homens e mulheres nas dimensões pública e privada de suas vidas. a gente quase nunca pensa nisso, mas estamos tod@s submetidos a um montão de regrinhas do que é ou não permitido fazer-ser-e-sentir.

tratam-se de atitudes concretas permeadas por milhares de subjetividades que por certo não absorvem a complexidade que cada ser humano carrega em si. o resultado a gente vai vendo no dia a dia: relações de dependência emocional e/ou econômica, casamentos infelizes, reproduções em série de um mesmo modelo de família. enfim, enfim...


depois destes dias metidas na sala de aula, vou respirar um pouco mais de ares cubanos. fico mais uns dias aqui no país, tratando de absorver o que aprendi e compartilhei nas classes e, principalmente, me dedicando a observar e interagir com @s cuban@s.
abaixo deixo algumas fotos do lugar onde estudamos estes dias e da residência estudantil onde estamos hospedados, além de alguns cliques que fiz durante nossos passeios.

com o sugestivo nome de "costillar de rocinante", a casa de estudantes traz à tona o espírito desbravador de che, quando renunciou ao seu cargo político em cuba e resolveu colocar o pé na estrada mais uma vez para apoiar movimentos revolucionários em outros países. o ano era 1965 e che escreveu a seus pais contando sobre a nova empreitada:


"queridos viejos: otra vez siento bajo mis talones el costillar de rocinante, vuelvo al camino con mi adarga al brazo".


para quem ainda não leu o livro mais famoso de miguel de cervantes, rocinante é o nome do cavalo de dom quixote de la mancha.








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