10.5.05

cheia de novas minguantes

no espelho da sala escura
a lua nova reflete
estes meus olhos
que já não se reconhecem
nos teus

e os sonhos despencam até onde não há mais chão para cair até onde os sonhos esquecem que foram sonhados tão enevoados e reles que parecem vagos vazios já não há mais sustento nem restos de planos trincados ou pedaços de passado e são mortas as lembranças

só esses olhos
velhos desconhecidos
e essa lua estraga-prazeres

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