25.4.07

sementeira


ao sabor das tuas lástimas,
rompi a propriedade.
à margem de tuas eiras,
livrei o sal das lágrimas,
lavrei a terra seca.

e ali, na dianteira,
findo nosso contrato,
sementei de fino trato
migalhas e farelos:
hortelã, dálias
marmelos,
flores, anis,
trepadeiras...

nos meus campos,
alumiados de esperança,
reza chuva e contradição.
a natureza não censura
e não é preciso juras
para que sonhos, margaridas,
malaguetas e limão brotem
do mesmo chão.

onde antes era nosso
hoje há um muro entre planetas
num, valem palavras
noutro, só vale e canetas.

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