1.5.08

bianca

há exatos 14 anos, num dia ensolarado de frio no sul do brasil, nascia minha sobrinha primogênita. eu era mais jovem do que ela é hoje quando nos encontramos pela primeira vez, ainda na maternidade.

aquele par de de olhos verdes alucinante que ela tinha, que ela ainda tem, recendia no meu universo como o que costumamos chamar de milagre. era a vida manifesta, em festa por toda graça e delicadeza que ela trazia.

acompanhei de perto a gestação da mãe dela, que trouxe um temporal de chuva fresca à família. na primeira vez que ela se remexeu ainda no ventre, eu estava lá.

depois, participei de todas as solenidades: as expressões balbuciadas que antecederam as palavras, os passos inaugurais, as peripécias infantis...tudo era saudado com uma saraivada de palmas por todos nós.

eu não sabia da força que ela traria para sempre aos meus dias. e ainda hoje me emociono quando a vejo, tão linda no seu corpo adolescente. tão cheia de opiniões e sentenças acerca do mundo.

somos do tipo que chora, nós duas. e toda vez que nos encontramos nossas saudades provocam um vendaval de intimidades. estamos próximas, eu sei.

e essa sensação de livre-pertença é de uma plenitude capaz de justificar todos os sonhos, desses sonhados de olhos bem abertos, os pés fincados no amor.

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