O último feriado
Ponho o pé na segunda-feira um tanto aturdida, mas livre de qualquer fadiga. O feriadão se foi. Tão vagaroso e tão presente que nem tive tempo de vê-lo partir. Nas vésperas, toda gente estava excitada. "É o último do ano". "É o último do ano!"
Para mim, foram dias dedicados ao descompromisso. Passei por eles diuturnamente ensimesmada. Pintei cartões, revi amigos, conheci outros, amei, li, dancei, dormi, corri, escrevi... Fiquei horas indagando o céu estrelado sem receber uma resposta sequer.
Ainda assim ou por isso mesmo, concluo que não sair da cidade aos feriados é uma estratégia acertada. Pequenas viagens às vezes me cansam. Qualquer nova paisagem, submetida a todos os sentidos num curto espaço de tempo, é um exagero para quem sente demais.
O universo é vasto. Tenho residência fixa neste planeta sem considerar as linhas que o dividem no mapa. Mas também há um mundo em mim. E no aconchego da minha casa, entre a intimidade das paredes, na companhia dos que escolhi, apago a luz, acendo as velas e me sinto feliz.
1 comentario:
abençoado eu pela escolha... abençoado nós pela alegria...
abençoado eles pela vida...
Ganhastes um leitor... pois admirador ja o tem...
Beijo grande.
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