16.7.14

não roube do amor!



sou absolutamente a favor da expressão dos sentimentos, por menos bonitos que eles sejam. considero esta a maneira mais saudável de lidar com as emoções. tudo que a gente sente tem uma consequência. ela pode ser manifesta, como uma explosão de ciúmes ou irritação, por exemplo. mas também pode ser como uma implosão, que mina a alma com sensações nocivas e não raro nos come a saúde física. afinal, quem de nós nunca caiu de cama por somatizar coisas não ditas?

por isso, tento ser e me relacionar com pessoas que demonstram seus sentimentos. não apenas os sentimentos louváveis de alegria e satisfação. busco para o meu convívio pessoas com as quais eu possa ser eu mesma, plena de luz e sombra. o contrário também é verdadeiro: valorizo ter ao meu lado pessoas que quando se sentem machucadas por mim, expõem a sua dor. se mostram para que eu as veja, registre e aprenda. isso se chama confiança e confiança é fundamental.

considero terrível quando magôo alguém e a pessoa não demonstra reação. infelizmente, a letargia não significa que ela não sinta dor. é muito pior: significa que ela não se sente à vontade para se mostrar humana na minha presença. e ao meu ver isso é uma das coisas mais nocivas que pode acontecer entre pessoas que se amam. a habilidade de mostrar dor e desgosto é tão importante quanto a habilidade de percebê-las.

acredito que isso tudo seja ainda mais evidente quando se trata de um relacionamento amoroso entre casais. o acúmulo de pequenas dores pode ser transmutado com apoio mútuo. mas quando isso não acontece, pode se transformar num monstrengo de 27 cabeças que, aos poucos, vai devorando as bases do amor. e o pior: come também - sem dó nem piedade - a dádiva maior do amor que é a possibilidade de evolução conjunta.

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