7.7.09
meus ais
tem vezes que simplesmente não importa: penso com o fígado. escrevo a pleno pulmão. uma letrinha atrás das outras, o que vier na minha cabeça, escrevo para transbordar. e ficar pela boca de novo. pra ficar por pouco. esperando a próxima gota que sempre vem acompanhada de novas gotas, chuva, chuva, chuvarada. minha enxurrada arrancando as flores do cerrado de mim. e vem o sol. e tudo brilha. e tudo seca. o fogo pega e devasta, devasta. é quando as raízes buscam água lá no fundo, entranhadas na terra profunda que une todo o mundo. por baixo dos sais, na proa do cais que navega em direção ao alto mar. debaixo da tempestade que confunde o oceano, escrevo para ficar em paz.
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