28.7.10

humanamente

gosto de me olhar nos olhos refletidos no espelho e notar que já fui mais adulta. levo a vida tentando me desvincilhar dos meus truques. quero me desmarcarar. ando pelo mundo perguntando por que não?

é turvo o caminho de quem prefere a penumbra das dúvidas. mas o quanto se desperdiça ao mergulhar no poço raso das certezas? discernir formas no escuro é um exercício constante de quem se lança ao invisível.

manusear incertezas e dar novas formas a elas é um tipo de aprendizado pela contramão. um caminho pelo qual o relevo de novas experiências pode, a qualquer tempo, jogar por terra nossos conceitos... e plantar ideias reveladoras.

é preciso muita antenção no dia-a-dia: o moto-contínuo é um movimento em massa. é preciso escapar dessa engrenagem. por outro lado, o individualismo é um cobertor curto. e somos frágeis demais para vivermos sós.

a imprevisibilidade que o outro traz é encantadora. a rotina pode ser muito agradável para apaziguar a mente e o corpo. mas a rotina é também uma forma de controle que, em certa medida, desperdiça um bocado da criatividade da gente.

sejamos sempre livres para pensar e sentir.

1 comentario:

Anna K. Lacerda dijo...

o que seríamos sem as interrogações? o espelho, personagem tão lúdico e inquietante, nos revela em nossas metamorfoses. o que seríamos sem movimento? só precisamos regar nossas raízes para que elas sejam fortes em qualquer estação.

* beijo quente nesse inverno