31.5.05

desenredo

vago errante no deseclipse
dos cruéis desachegos
das noites desdormidas

estranho o desamor
enquanto experimento
conversas estancadas
gestos que omiti
e creio em tardes sem possibilidade

as vontades,
desabituadas,
e contrárias à razão,
acendem uma a outra
ao passo que o que posso
é alinhavar palavras
no deseixo da saudade inútil

depois, desensino meu corpo
entorpeço a madrugada
desenlouqueço
desdenho dos sonhos sem nexo
qualquer hálito de desejo,
desfaço planos conjugados

desdou meu íntimo
recolho meus fragmentos,
e amenizo o desapreço
diante do que foi vivido

me desenlaço, enfim,
de tudo que,
se fosse,
teria sido.

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