8.4.06

pequeno infinito

vai, meu amor.
anda porf aí sem mim.
dá vasão a tua febre.
calça tua atitude e vai!
vai no teu passo.
enfrenta tua imensa finitude.
bota a boca onde quiseres!
descansa em qualquer abraço!
vai, meu amor.
no tempo que escolheres.
no calor do teu embalo, vai.
(a paixão é constelada
e tua intimidade tem casa em mim).
esquece as promessas
que fiz, as que me fizeste
e vai, meu amor!
abre mão de tantos ais.
o passado também é eternidade.
vai seguro de que existiu.
de que tudo existe.
eu te absolvo da saudade,
vai, que a verdade é livre.
e o encanto resiste.

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