encalço
você vem,
azucrina
meus grilos,
me desperta
sigilos,
põe salto
em meus finos
desejos
marfim.
e tropeço
na esquina,
adormeço nos becos
da cidade azul,
azul, verde,
ardente,
secura,
sem fim.
sinuosa
desora...
madrugadas
de outrora:
boca arfante,
minha mão
quente, as tuas
em mim.
pelas ruas,
saudades.
tranco a porta,
invades:
são teus ecos
zumbindo
e zombando
de nós.
ai, de mim!
que me perco
em tolices,
atravanco
pieguices...
são saudades!
tolices!
pois bem sei
que é pra sempre
o vazio.
amanhece lá fora.
mudo os móveis.
vá embora!
da janela aberta,
vejo a sombra
da distância
que um dia
nos uniu.
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