18.10.08

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O centro histórico de São Luís (MA) é um recanto cheio de boas supresas. Especialmente para os boêmios, já que cada noite da semana procura contemplar um estilo de público diferente. Tem o dia do reggae, do tambor de crioula, do samba...E por aí vai... Geralmente há música ao vivo, gente animada e receptiva.

O curioso evento "A vida é uma festa!", por exemplo, é um clássico das quintas-feiras. Funciona assim: se você tem uma banda, conta piada ou recita poesia é só chegar, inscrever seu nome na lista de atrações e depois deixar seu talento correr solto no palco - que é montado ali mesmo, na calçada.

Foi neste ambiente muito simpático que conheci um camarada jornalista e compositor chamado João Madson. Inebriados pelo cenário festivo, que eu começava a desvendar e ele já conhecia muito bem, eu e João emendamos as mais agradáveis conversas sobre os mais variados assuntos.

João, que é de umas duas ou três gerações anteriores a minha e atualmente vive em São Paulo, me contava belas histórias sobre o lugarejo onde nasceu, no interior do Maranhão. Ele se sentia feliz por estar ali, de volta a sua terra natal, revendo compenheiros de longa data. Foi uma noite muito divertida.

Infelizmente, nunca mais vi João e quem sabe jamais volte a encontrá-lo. Mas, de uma certa forma, ele caminha comigo em suas palavras de bendizer a vida. “Poucas pessoas podem fazer o caminho de volta pela mesma estrada em que seguiram suas vidas”, João me disse, enquanto relembrava causos de outrora.

Esta frase soou-me como uma delicada metáfora sobre os valores que guiam nossas vidas e ficou ecoando em mim. João quis me dizer que não se arrependia das escolhas que fez na vida. E que soube cultivar as coisas que eram importantes pra ele. E que por isso estava ali, naquela festa de nome sugestivo, feliz entre novos e velhos amigos.

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