15.4.10

a plantinha e eu

a plantinha que fica pendurada na sala está morrendo. moramos juntas há seis anos. temos, portanto, uma longa história de convivência. quando conheci a plantinha que hoje mora na minha sala, ela estava ainda pior.

eu nem sabia de qual cor ela era quando resolvi adotá-la. estava abandonada num apartamento fechado por onde ninguém passava havia mais de mês. na ocasião, levei a plantinha para a minha casa por certa compaixão.

depois é que virou paixão de verdade. fiquei dias a fio oferecendo a ela minha atenção, carinho e água até que os primeiros brotos começaram a aparecer. então eu descobri o quanto suas folhas eram roxas com verde, frondosas, exuberantes.

a plantinha que hoje desvanece na sala tem mil crias por aí. perdi as contas de quantas mudas dela já serviram de presente aos amigos. é uma planta linda, que ao longo destes anos só me exigiu água e afeto em troca de sua beleza.

travamos muitos diálogos silenciosos, eu e ela. fizemos acordos, trocamos impressões, compartilhamos momentos. estamos juntas há seis anos e agora algum bichinho não quer deixá-la em paz. fiz de um tudo: podei, troquei a terra, passei remedinho.

não adianta. ela não melhora. será mesmo que chegou a hora de nos desapegarmos uma da outra?

1 comentario:

Fer Poletto dijo...

gata... podes praticar o desapego em outras coisas materiais... trocar a terra não é uma boa, chá de alga do mar é um ótimo remédio pra elas, tanto nas folhas quanto na terra. Esterco é sempre bom tb! podes fazer um chá biodinâmico com esterco e folhas de comfrey. ( não precisa de muito, acho que uma boa bosta com 3 litros de água e algumas folhas misturas). Aqui tem algas pra jardim pra vender em qualquer supermercado... talvez tu encontre por aí....
As plantas precisam mesmo de carinho, amor, palavras de amor e água ( mas da torneira não tem mais todos os minerais que elas precisam)...
Mas se tu achar que ela quer mesmo virar composto pra outras plantas... Amém, que descanse em paz.
Ou que ela agüente firme até eu chegar e escutar tuas conidências íntimas.
Sou só saudade de ti.