2.7.11

humanamente

gosto de olhar meus olhos refletidos no espelho e constatar que já fui mais adulta. levo a vida tentando me desvencilhar dos meus truques. quero me desmarcarar. ando pelo mundo perguntando por que não?

é turvo o caminho de quem prefere a penumbra das dúvidas. mas o quanto se desperdiça ao mergulhar no poço raso das certezas? discernir formas no escuro é um exercício constante de quem se lança ao invisível.

manusear incertezas e dar novas formas a elas é um tipo de aprendizado pela contramão, um caminho pelo qual o relevo de novas experiências pode, a qualquer tempo, jogar por terra nossos conceitos... e plantar ideias reveladoras.

é preciso muita atenção no dia-a-dia: o moto-contínuo é um movimento em massa. é preciso escapar dessa engrenagem sem sair do coletivo. o individualismo é um cobertor curto. e somos frágeis demais para vivermos sós.

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