31.3.06

reconhecidos

que pressa é essa aos meus devaneios?
quem és tu, que me desconstrói?
que não teme meus tormentos,
que ri dos meus defeitos,
que, muito delicadamente,
arrebenta meus discursos?
de onde vens com tanta alma?
por que ecoas quando grito?
como sabes da nascente em mim?
e este movimento exato, de onde tiraste?
quem te contou dos meus medos?
e sobre o meu corpo, quem te segredou?
e agora? o que faço com o fogo?
como engano o desejo?
e este vazio que torna inútil minhas pernas
quando não estás aqui?
onde estão meus esconderijos?
onde encontro salvação?
onde há certezas,
se tudo é demasiado depois de ti?

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