29.4.06

Descaber (III)

Construir alguma coisa com alguém não é algo que me me motive neste momento da vida. Às vezes me conforta a paciência que Gustavo tem para minha desorientação na labuta diária. Meu desvario para compromissos pré agendados. Meu sim que vira não e vice-versa. Noutras situações gostaria que ele dissesse, vem, vem que eu te levo. Eu te governo, antecipo teu caminho. Eu te salvo.

Mas está cavado em mim: no fundo, não quero ser salva. Eu me desmancho em silêncios e contrario a fúria de evitar as consequências. Eu ardo, em febre, de medo. Mas avanço, sempre um pouco. e mais um pouco e mais...Até encontrar meu limite. Ser honesto consigo é difícil. Há que questionar o tempo inteiro. E questionar o tempo inteiro é cansativo. Extenuante. Onde estou mesmo? O que vim fazer aqui? Daqui, para aonde?

Ah, sim. Sou Sílvia Castanho, produtora, moro em Porto Alegre. Mas nasci em Juscineira, no Mato Grosso. Eu vim para o sul para compor minha vida. Trabalhar, aprender, conceber. Conheci Vinícius no caminho. Ele entrou na escala que o avião fez em Curitiba e sentou exatamente 12 fileiras atrás de mim. Foi no banheiro de um boeing 737-800s que nos falamos pela primeira vez... Mas não é sobre Vinícius que eu quero falar agora. Sempre fico melancólica quando falo dele.

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