24.4.07

prelúdio
.

naquela inócua manhã,
turva ao desagravo,
e abrilhantada pela lua,
acordei seminua,
confundida na tua tez.

cheirei tua boca,
primeira notícia do dia.
perguntei se tinha fome
escutei que tanto fazia:
tua voz rouca.
a minha, vadia.

naquela inócua, simples manhã,
precipitada pelo hálito,
escorreguei dos teus braços
e preparei teu café de hábito:
cravo amor e mascavo,
sem saber que o fazia
pela última vez.

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