26.7.08

Dentro

Sem mais nem menos, anoiteceu. Eu estava diante da tela do computador quando tudo ficou escuro e os sons, mais agudos. Olhei pela janela e vi que no prédio vizinho também não havia luz. Tampouco os postes iluminavam a rua.

Mas havia a lua. E ela estava tão linda que quis te contar. Caminhei até o quarto e descobri teu sono. O luar revelava teu corpo nu. Te contemplei. Quis te beijar. Mas não pude, meu amor. Não num beijo destes de boca e saliva.

Te olhar me fazia tão maravilhada e dava tanta eternidade àquele momento ao ponto de paralisar-me com uma injeção de desejos. Ao cabo de libertar-me os sentidos.

Foi aí que soube que não seria necessário te tocar para te sentir. E te amei ali mesmo, estendida ao teu lado, diante dos teus sonhos, com minha própria imaginação.

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