16.10.08



há, em mim e em ti,
um elo que
não se pode ver,
mas que tampouco
se pode negar.
algo como um
tênue raio de sol,
um comichão na boca
do estômago (ou
um sintoma agudo
que jamais se
manifesta).
há uma linha invisível
que une minha alma
a tua (ou a este mistério
a que chamamos
de alma).
há uma corda esticada,
um limite tenso,
interrompido.
há um som que não sai.
surdas, notas que não vibram.
uma certeza que vacila.
duas mãos que não vão.
há, entre nós,
um paralelo corrompido.
uma corrente, arterial,
elétrica (ou apenas
um fio que não
nos conduz)
há (entre tantos
entretantos)
uma intolerável,
inegável,
lancinante
presença
(às avessas).


No hay comentarios: