11.1.09

velhos desconhecidos

amanheço ao lado deste homem,
gentil desconhecido, que desbrava
meus cotidianos tempestivos sem
compreender ao certo o que ontem
deu em mim.

a cada manhã, ele finca estes olhos
que nunca vi nestes olhos que nunca
foram meus. e cultiva nossas memórias
no corpo ressentido desta presença anciã
que brota na gente.

há tanta certeza nas dúvidas avivadas
por nós dois, que cada inquietude sugere
verdades conquistadas pelos caminhos.
este homem, da voz mais mansa que ouvi,
me cala de tanto amor.

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