18.9.09

Alta costura com requinte de transformação social

desfile3Ainda sobre o mesmo tema do post aqui abaixo, outra iniciativa que 'causou sensação' na 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg) foi o desfile de vestidos produzidos por presas do Paraná. Munidas de agulha, linha e criatividade, 30 detentas da penitenciária de Piraquara, na Grande Curitiba, ditam moda e costuram um futuro promissor. Exceto pelas "modelos profissionais" e magrelas que desfilaram (podia muito bem ter sido uma passarela com mulheres 'normais'), o evento foi bem legal. Até a dona Marisa Letícia foi.

A sofisticação dos vestidos apresentados é uma demonstração de que gerar oportunidades é um caminho viável para superar o passado de violência da população carcerária. "O que vimos hoje [dia 28 de agosto] não deixa nada a desejar para nenhum grande estilista. As roupas são muito bonitas e o trabalho das presas merece todo o nosso respeito. Elas são um exemplo para nós que estamos aqui, discutindo os rumos da segurança pública", ressaltou Francisca Alves de Souza, representante do Pará na 1ª Conseg.

Além da alta costura, as detentas se dedicam à confecção de fuxicos e sacolas ecologicamente corretas. A iniciativa integra o Programa do Voluntariado do Paraná (Provopar), destinado à geração de renda e inclusão social. Fruto de uma parceria com a Receita Federal, o projeto "Costurando a Liberdade" é financiado por recursos gerados pela venda de produtos apreendidos e inclui ainda cursos de capacitação para as detentas, com aprendizado técnico do ofício.

Em pouco mais de um ano, o sucesso das peças ultrapassou os muros dodesfile2 presídio e ganhou espaço em coleções de grifes curitibanas. Com o comércio da produção, as detentas recebem 70% de um salário mínimo e minimizam o tempo da pena. O dinheiro é aplicado em poupança a ser retirada quando as mulheres estiverem em liberdade, ocasião em que cada uma delas receberá uma máquina de costura para levar o trabalho adiante.

Oxalá! elas consigam mesmo levar o trabalho adiante.

Fotos: Martim Garcia

1 comentario:

curiosamente, sorrateiramente o anarkokalango ataca novamente dijo...

será que um dia veremos uma dona da daslu criando beleza no presídio?

belíssima matéria sobre as pobres presidiárias.

tem alguma que está trancafiada porque roubou margarina ou salsicha para dar de comer aos filhos?