7.11.11

sempre gabriela?


cansei de ser "boazinha".  meus amigos vivem dizendo que dou confiança a todo mundo, que não vacilo na hora de oferecer o meu ombro ou dar crédito a desconhecidos. a falta de tempo tem me feito rever prioridades e pensar que talvez meus camaradas tenham razão.

então, embora eu sempre prefira a emoção, ando com vontade me tornar uma pessoa mais "malvadinha". não quero mais faiscar minha energia por aí. até já rabisquei mentalmente uma estratégia: vou colocar um colar de alho no pescoço, sal grosso nos bolsos e me guardar de alguns tipos.

os primeiros da lista são os indivíduos-resultado. explico: sabe aquelas pessoas que são assim ou assado em decorrência de forças externas? que empenham toda sua capacidade inventiva na criação de argumentos para responsabilizar o pai, a mãe, o porteiro e o reverendo pelo que são e o que deixam de ser? pois é.

a culpa é sempre de outra pessoa e as lamúrias, infindas. "reprovei por que o professor era um desinteressado". "sempre quis ser ator, mas minha família não me apoiou e acabei administrador de empresas". "sou insegura por que meu marido me tolhe". e vice-versa-e-vide-o-verso-quem-tiver-tempo-sobrando, pois os exemplos enchem os dedos das mãos, dos pés e o saco de paciência de qualquer um.

por vezes, sobra até para saturno, vênus ou marte. a justificativa está nos astros. e tudo é desculpa para a pessoa não sair do lugar e ficar inerte na sua zona de conforto e lista de reclamações. é o que a gente chama de "síndrome de gabriela". algo como uma conveniente voz interior cantarolando "eu nasci assim, vou ser sempre assim...".

ai, francamente, ando com preguiça de gente assim, sempre gabriela. é claro que a vida seria mais bela se nosso chá já viesse com cravo e canela. vezenquando todos nós gostaríamos de abrir mão do tal livre-arbítrio e depositar as decisões confortavelmente no colo da mãe natureza.

mas se colocar no mundo como um acidente de percurso é uma atitude no mínimo regressiva. uma atraso. uma receita infalível para alcançar a infelicidade. e é disso que eu quero quilômetros de distância.

este texto é de 2008, mas tá valendo =)

6 comentarios:

Anna K. Lacerda dijo...

'Maligna' coincidência. Acordei com esse exercício... E me senti bem!

Bjim

mario dijo...

vc escreve mto! mto de 'mto bem', e não de 'demais'

Unknown dijo...

mucra, ja faz tempo ... quem não quer arruma desculpa ... q saquinho furado... atitude!, show o teu texto, mucra

Leandro dijo...

Excelente texto flor...
adorei mesmo..acho que todos passamos por um momento assim.......

abrasssss

Fer Poletto dijo...

Ai essa guria... A culpa é da Marion! :)

Anónimo dijo...

Compre uma arma. Pode ser calibre 22, embora , se fosse comigo, eu compraria 45. Quando o ser execrável alar abobrinha, tire sua arma e enfie na boca dele. Sde fizer xixi nas calças, era o que você pensava. Caso contrário mande um pé no trrazeiro do cara porque ele é mesmo fraquinhoo.