25.7.05
Tecelão de coisas sólidas
(ou tecelã de coisas líquidas)
Tu passeias livremente com tua opinião a meu respeito dentro da tua cabeça. Me tece em fibra arcaica.
E eu, aqui, sem saber se o que pensaste ontem antes de dormir ainda mexe contigo ao amanhecer. Eu? Eu te quero saliva. Sensato. Louco. Lágrima.
Tu passeias livremente com tua opinião a meu respeito dentro da tua cabeça.
Tuas palavras, as quero pro ar e pra mim. Teus gestos, desde os ensaiados aos espontâneos. Os quero todos. O olhar, esse sim, quero somente quando forem instantâneos à alma. E tu aí, industrioso, a edificar pensamentos sobre quem sou. Sei que não me esquece exata. Eu não te esqueço fluido, éter, volúvel.
Tu passeias livremente com tua opinião a meu respeito dentro da tua cabeça.
E eu? Tua presença sólida como todos crêem, posso vê-la líquida. Tão universo. Tão lindo por não sabê-lo. Tão não meu. Eu tão tua que prescindo.
Tu passeias livremente com tua opinião a meu respeito dentro da tua cabeça. Me tece em fibra arcaica. E eu?
Eu
imagineira
costureira
da
linha
sozinha.
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1 comentario:
Adorei suas escritas, parabéns
izil
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