25.7.05

Sonho

Gritos de desespero atravessam a noite silenciosa. Olho em todas as direções e não vejo ninguém. Procuro ver adiante. De nada adianta. O grito é seco e ainda mais forte. Ensurdece. Induz ao medo. Quero saber quem me grita. Distingo, então, o grito no meu grito. E redescubro-me imersa em mim. Me chamo como quem busca desvendar um culto. Só preciso deixar que eu me revele a mim mesma... Sei que estou aqui, embora finja não estar... Temo que meus olhos não iluminem os olhos do eu que me grita. Grito aqui fora, pra não ouvir aqui dentro. Grito por mim só por gritar. Simulo, já não quero me ouvir. Tudo está quieto. Saio a me procurar onde não estou e onde sei que não sou. Muda. Antagonista. E sem ecos.

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