11.9.05

Nublada

Fiquei satisfeita ao acordar e ver tudo nublado no céu.
Pensei que, quem sabe assim me desfaço da vontade rompante de ir atrás do primeiro raio de sol.
Sorri ao pensar que, afinal, o amor é assim mesmo.
Trôpego.
Embalado por este gosto ébrio na língua.
Sorri por que chorei na noite anterior.
E chorar era tudo que queria.
Uma vontade que sentia inteira.
De me chover. De me lavar de mim.
Me livrar da renúncia contida.
Seja o mais feliz que puder, eu te disse.
Falava com o coração.
Repito.
Repito.
Embora minha vontade fosse
Escorregar contigo pelos feixes de luz mundo afora.
Este mundo que agora é nublado.
As minhas coisas mais verdadeiras, eu te dei.
As palavras mais íntimas, foram prá ti.
Meus não-seis, dividi todos contigo.
Aprendi que tem coisas que é muito importante que se repita
Pra atenuar a insegurança do outro.
Minha própria insegurança.
É melhor pecar por excesso do que por omissão,
Ouvi de ti certa vez.
São portas entre a gente.
Mais ou menos abertas. Mais ou menos fechadas.
Eu gosto de te ter perto. Perto de verdade.
Sem pesares.
Ao redor.
Eu continuo acreditando.
Embora não tenha créditos pra te dar.
Embora eu não possa te dar o que precisas.
Nem possa ter de ti o que desejo.
Eu te tenho nos olhos.
E te dedico tudo que há em volta.
Te desejo.
Te desejo a vida.
Por que, afinal, o amor é este.
É assim mesmo.
Trôpego.

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