31.1.06

Pseudo-soneto do amor sem-teto

Neste amor de chão, destelhado,
Não temo perder a maravilha,
enquantos da nossa ilha,
que teus olhos de ameixa têm-me dado.

Finco o pé em flores, nosso presente alado.
Meus desejos erguem-se ao vento,
Redemoinhos dançam, acalento,
sob a chuva densa do passado.

Se em mim és inteiro, exposto,
Fatia que nunca tive
Não temo perder nosso gosto.

A ti me ofereço nua, crua, brasa,
Nosso amor não voa porque livre,
não por falta de asa.

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