Quanta reverência!
Então seguimos em silêncio
e só o calor contraria
esta elegância demasiada,
de poupar danos ao outro.
Teus medos acendem medos
em mim.
Mas ainda que me deleite em pudores,
os riscos são os mesmos.
E eu não deixo de arder quando,
sozinha, estendida sob meus receios,
escancaro, te deixo entrar...
E me ponho a sonhar gritos
sobre esta paixão que forçamos
bem vestida, cavalheiro, dama,
devidamente comedidos, educados.
Ah! Nos deixemos, por favor.
Sejamos nús, maltrapilhos!
Veja, estou convencida
de que o cuidado
excessivo,
desalinha o passo,
descompassa a urgência,
cala e, sobretudo,
nega solenemente
a natureza barulhenta
deste amor.
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