16.2.06

Livro resgata arquétipos femininos
Deusas de várias origens e épocas são retratadas em obra

Recuperar mitos do sagrado feminino é a proposta do Livro das Deusas (PubliFolha; 95 páginas; R$ 25), lançado este mês pelo Grupo Rodas da Lua, de Brasília. De orientais a afro-brasileiras, com passagem pelas egípcias e gregas, o livro conta a história de 40 deusas e aborda a origem e o significado de cada uma delas para a humanidade.

A publicação é resultado de extensa pesquisa e envolve, em grande medida, o estilo de vida das dez mulheres que compõem o grupo. "Foi um trabalho escrito a vinte mãos", conta uma das responsáveis pela obra, a jornalista Andrea Boni.

Em projeto gráfico cheio de cores, textos cedem espaço às ilustrações das deusas. "A maioria das esculturas são do acervo da nossa mestra, Mirella Faur. Outras peças são nossas", conta Lana Guimarães, fotógrafa do livro.

Além disso, ao final de cada mito, o leitor encontra sugestões de rituais. São dicas de prosperidade, para atrair sucesso, posturas confortáveis e movimentos para equilibrar a energia física. "As deusas têm muito a nos ensinar", justifica Boni.

De acordo com ela, a "maçonaria" feminina existe há mais de dez anos. "Antes nos reuníamos para contar histórias, estudar mitologia, ler sobre os oráculos e cultuar a lua. Cinco anos mais tarde surgiu o grupo da dança", lembra. Depois disso, as dez mulheres aprofundaram-se na arte de imitar movimentos da natureza, fincaram pé nas danças circulares sagradas e decidiram compartilhar conhecimento.

O grupo montou sede na 706 Norte, onde há dois anos o Rodas da Lua exercita e ensina os passos, ritos e ritmos aos interessados que aparecem por lá, como o psicólogo Christian von Jakitsch. "Participo do grupo faz uns três anos. Busco principalmente o auto-conhecimento", destaca, acrescentando que o feminino sempre fez parte do seu cotidiano.

Jakitsch não é o único homem a participar dos rituais do grupo, que tampouco é limitado a faixas etárias específicas. As próprias organizadoras têm entre 21 e 50 anos e acabam de inaugurar uma turma de danças para crianças. O espaço também é reservado para a prática de meditação e canto, além da arte de contar histórias. "A dança é uma linguagem totalmente simbólica que resgara antigos mitos. É um celebrar da vida em grupo", avalia Boni.

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