9.6.06

hóspede poético

O ÚLTIMO TORPEDO

Um rosto bonito,
Um olhar brilhante,
Uma boca caliente,
Um corpo alinhado,
Uma roupa elegante,
Duas mãos que não param,
Uma inteligência rara,
Uma competência profissional,
Uma determinação sem igual,
Poucos atributos tenho visto
Entre as fêmeas que assisto,
Difícil ter mais do que par
Quase sempre é singular.

Misturando alguma loucura
(Somente aquela mais pura)
E um pouco de diversão
(Sempre na boa ocasião)
Estará preparado o caldo
Que, pronto, terá como saldo
Alguns dos simples enredos
De que falam meus torpedos.

Inocentes por natureza
Sem ogivas de torpeza
Não transportam o nome
Menos ainda um telefone.

No entanto, todos eles trocaria
Por nada mais que uma poesia
Dizendo apenas a certa mulher
Muito daquilo que ela quer.

Essa pessoa é tão especial
- aos meus olhos sem igual –
Que carrega inteiro consigo
Um corpo que fornece abrigo
Aos mencionados predicados,
Cuja soma tem tais resultados
Quando mais do que formosa
Tem-se uma fêmea poderosa.

Na falta da possibilidade
Vai-se trocando a idade
Escrevendo, em segredo,
O bom e velho torpedo...

leonelb Primavera/2003
leonelb@portoweb.com.br

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