13.1.10

Pingos nos is

Férias. Taí uma coisa que eu recomendo a todo mundo. Havia seis anos que eu não me desligava dos afazeres ordinários, das contas, das compras, dos prazos, do débito, do crédito, enfim, da sensação permanente de estar atrasada para algum compromisso.

Se o cotidiano da gente vira um vendaval, é nas férias que chovem os pingos nos is. E não estou falando de uma ou duas semanas. Pra ser de verdade, temos que reservar no mínimo 30 dias. O que é pouquíssimo se colocarmos na balança os outros 11 meses em que ficamos suando a camisa.

Se bem que uma coisa ótima nas férias é justamente suar. Só que de frente para o mar, de preferência com uma água de coco gelada e um bom livro ao alcance das mãos. Nada de horários para dormir, acordar ou comer. Não vá se entediar com pequenas regrinhas.

Já as rotinas leves podem ser renovadoras. Caminhar até a próxima vila de pescadores pelo menos duas vezes por semana. Boiar uma horinha por dia. Marcar encontros para depois do nascer da lua. Sorrir desmedidamente. Cumprimentar todos os desconhecidos. Anotar pensamentos soltos. Amar.

A ideia das férias é muito simples. Sair do contexto para vê-lo de um outro ponto de vista. Refletir sobre situações e objetivos para os quais dificilmente encontramos tempo na corrida desenfreada do dia-a-dia. Ajustar as contas com nós mesmos. Renovar-se e, principalmente, deixar-se um pouco para trás.

Se a gente não faz isso com certa frequência, a bagagem acaba ficando pesada. E a vida é para ser leve. Sempre acabamos esquecendo disso no meio da labuta diária. E são tantas as urgências e tão fortes os nossos próprios argumentos que prefirimos nos arrastar e seguir do que dar uma paradinha no meio do caminho.

Só que o caminho é cheio de encruzilhadas e é preciso estar atento para reconhecê-las.


Para quem visita este blogue, deixo votos de que tirem boas férias este ano e também estas duas fotos. A primeira é do nascer do sol no dia 25 de dezembro de 2009. A outra, do fim do dia seguinte. Ambas foram tiradas em Moreré, na deliciosamente quente, morna e ardente Bahia.



2 comentarios:

outras trilhas dijo...

é isso. férias: tempo de desrobotizar, de viver organicamente.

pés no chão, olhos no mar e o tempo brincando com a gente na areia.

férias de tudo o que não é de mim.

Flávio Ghilardi dijo...

férias, ótimo! às favas com a rotina!