comigo foi assim: quando eu vi, foi ficando tudo tão complicado que não perder de vista a essência das coisas tornou-se um desafio básico, uma estratégia de sobrevivência nível 1. no entanto, o paradoxo dos 20 e poucos anos foi justamente descobrir que nada é tão complexo quanto ser simples...
também não precisei ser muito esperta para compreender que é verdade-verdadeira aquilo que nos dizem sobre o tempo: ele vem, oferece um tabuleiro com toda sorte de agoras e vai embora, sem dizer tchau nem olhar para trás. se tudo sair bem, ele nos deixa um saldo de boas saudades e recordações.
e não adianta insistir: o tempo não aceita fiado, tampouco deixa alguém no balcão de informações para quem a gente possa reclamar ou pedir o investimento de volta.
eis que então, um belo dia...
entre enredos de amigos, amores, perdas, conquistas, aprendizados e outros milagres da existência, eles chegam. os famosos 30 anos são mesmo implacáveis. os meus vieram anunciados por um turbilhão. um mar vivíssimo, que não me poupou de turbulências nem de calmarias.
meu aniversário foi domingo passado. estou de miniférias numa ilha chamada boipeba, na costa do dendê baiano. passei os últimos 7 dias no povoado de moreré, acampada. trata-se de um recantinho onde os ventos fazem as emoções da gente ventar de dentro para fora.
todas as vezes que eu vim aqui, uma pequena transformação estalou no meu peito. moreré desperta, acolhe e transmuta o coração da gente. o senhorito vicente medaglia também veio conhecer este lugar de paisagens exuberantes e mutáveis.
mudei eu e mudou ele enquanto estivemos aqui. nosso amor também está cara nova. este é sobretudo um post de agradecimento e celebração ao vicente, que esverdejou meus 30 anos e chacoalhou minhas poeiras - que eu também já descobri que me namorar não é lá uma empreitada das mais fáceis...
deixo aqui também este outro texto sobre fazer 30 anos, do affonso romano de sant'anna, o link para uma carta de tarot, além de beijos esparramados na minha família (especialmente na dona marion) e em todos os meus e minhas, que estão espalhados por este mundão sem porteira e que eu levo comigo aonde eu for.
1 comentario:
Poxa nanda, que lindo texto..sempre inspirada! Bjao!
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