boa-praça
eu truco teus sorrisos homem sem-nome
que me espia escancarado quando eu passo.
pago pra ver cada um dos teus olhares vadios.
não adianta baixar a cabeça porque eu sustento
o teu queixo com meu anzol invisível e pesco teu desejo
preso no fundo do corpo. eu te liberto a intenção.
depois, desdenho: sorrio com cara de séria para tua
boca sem-graça. estou farta de saber que teu jeito
acanhado não vira a próxima esquina.
e que na mente, dominas: furtas minha roupa, me traça.
mordiscas minha nuca e me deixas louca de tanto gemer
em pé, a pé, em pleno silêncio da praça.
(um silêncio mais forte que o prazer consumado)
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