29.1.11

permavida


eu quero uma casa no campo mesmo antes de ouvir elis regina cantando zé rodrix pela primeira vez. na verdade, desde criança, quando eu frequentava o interior do rio grande do sul, sonho com uma vida pacata, baseada em coisas simples, rodeada de árvores, pássaros, hortas e amores. trata-se de um anseio, um projeto e do que realmente quero fazer da vida.

mas para mim significa mais do que uma satisfação pessoal. é uma espécie de compromisso com a humanidade. eu coloquei o pé nos meus 28 anos decidida a minimizar meus impactos negativos no mundo e a fazer de tudo para ampliar a minha ação positiva. eu não quero ser omissa ou subserviente. e o fato é que viver na cidade demanda muita energia - emocional e, sobretudo, corporativa.

evitar ao máximo o consumo desnecessário, levar uma rotina bicicleteira, plantar. tudo isso é possível e viável vivendo em brasília, mas o ritmo urbano é frenético e eu sempre me dedico loucamente aos meus afazeres profissionais. uma lógica que, quando eu paro para pensar profundamente, acaba não fazendo sentido nenhum.

tenho que dar voltas em mim mesma para ganhar o pão de cada dia e, ainda, ir à feira de orgânicos, levar os vidros para a cooperativa reciclar, separar o lixo, dar de comer às minhocas que moram comigo - e tudo isso cuidando sempre para não ser ecochata com os amigos que adoram sacolinhas de plástico =)

não sei muito bem onde esse desejo bicho-grilo vai me levar, mas eu já decidi que vou ser mamãe de pelo menos um par filhos nesta encarnação e adoraria ver meus pequenos crescendo nus, livres e saudáveis no meio do mato. ademais, tenho vontade de produzir mais coisas em parceria com a terra.

com esse sentimento batendo forte no meu coração, nos últimos tempos, tenho me dedicado a aprender mais sobre agroecologia e  foi por isso que mergulhei durante 15 dias na ecovilla gaia, na argentina, para um curso de permacultura com 35 pessoas encantadoras de diversos lugares do mundo. foi uma experiência muito forte e que floresceu ainda mais o meu ideal agrário.


eu não quero mais gastar tanto petróleo. eu não tenho mais tempo para colocar minha capacidade produtiva em coisas nas quais eu não acredito 100%. eu não quero contribuir para um mundo cada vez mais desigual. ou seja, tenho um desafio e tanto pela frente... e espero sinceramente conquistar cada vez mais bons companheir@s nesta aventura.

o que eu realmente quero é uma casa no campo, onde eu possa fazer muita fotossíntese, semear bons frutos e compor muitos, infindos, inúmeros e incalculáveis rocks rurais.


1 comentario:

Anónimo dijo...

Saudades, Nanda!
Eiliko