28.12.10

as palavras do rabino

tudo bem que o meu amigo josé rezende jr. venceu merecidamente o último prêmio jabuti, peço licença para ele (de quem sou fã), mas o meu escritor do ano foi o rabino nilton bonder. tive o primeiro contato com seus livros no ano passado e de lá para cá já devorei uns cinco.

tudo começou com o espetáculo teatral a alma imoral - baseado em livro homônimo do rabino. ano passado, minha amiga gi encomendou um exemplar desse livro e eu aproveitei para comprar um para mim. li, reli e dei de presente para os amigos.

o texto dele acendeu em mim a sensação de acolhimento. me senti em casa com as ideias do rabino. fui adiante: mergulhei na viagem de "tirando os sapatos" - uma história que aborda questões como a tolerância, hospitalidade, identidade, peregrinação e revisão de ideias - a partir de uma odisseia espiritual em que o rabino refez o caminho de abraão.

dali, parti para "fronteiras da inteligência" - um livro que trata a espiritualidade como uma área da inteligência capaz de lidar com profundos graus de dúvidas, paradoxos e contradições. contrapondo a ideia de certezas absolutas propagadas pela maioria das religiões, bonder defende que, muitas vezes, precisamos mais de gente que consiga enxergar no escuro do que de pessoas de luz.

atualmente, estou na metade de uma trilogia de bonder inspirada no ditado judaico "de três maneiras se conhece o homem: pelo seu copo, pelo seu bolso e pela sua ira". o primeiro livro - a cabala da comida - fala de uma dieta para a vida. este que leio agora - a cabala do dinheiro - nos leva a questionar a ética e a justiça das relações econômicas.

estou curiosa para ler o último volume - a cabala da inveja, pois todos os livros do rabino têm sido para mim um convite à reflexão e ao autoconhecimento. me identifico com as ideias dele e, sobretudo, admiro muito sua capacidade de torná-las simples ao leitor.

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