sou eu que me saboto e vou criando necessidades para suprir o meu vazio de existir. muito cuidado, eu recomendo. porque quando a gente vê, já era. quando dei conta de mim estava tão colocado na engrenagem que parecia que tudo ia ruir se eu saísse. então eu fiquei no mesmo lugar, quietinho, paralisado de medo.
e caí.
caí
até
onde
não
há
mais
chão
para
cair.
até
onde
não
há
mais
chão
para
cair.
não consigo me mexer. me sinto rasgar em pedaços. estou imóvel e sei que choro porque vejo as lágrimas molharem o piso. meu corpo está sulcado de solidão e descobri que não importa o que eu simule querer; poder, status, socialismo, religião ou razão, eu só quero amor.
imagem: boligán
4 comentarios:
seus textos são muito animais!
animal é...
( ) bom
( ) ruim
( ) selvagem
( ) nda
alguém sabe?
=)
hoje eu reclamava a um colega que ando muito sozinha, que sinto falta de amar gente e ser amada. ele disse que eu tinha que aprender a ser só, que tentar solucionar a solidão com as pessoas é fuga de si.
numa boa, se for pra sentir o amor e compartilhar isso com alguém, fujo de mim até pra plutão.
é minha escolha. quero viver o amor, do jeito humano mesmo, nada incondicional, trancedental ou coisas de budas e jesuseseseses...
o olhar, o sorriso, o toque, a troca, isso é o que quero.
valeu te ler, gracias chica!
doi-me a fome
e não tenho estômago
prá mais trabalho ou dinheiro
não há amigos, não há verdades,
fui passageiro
de uma felicidade
foi-se o caminho,
fez-se a penumbra,
tua presença, já não me alumbra
paralizado, eu me abandono
vejo, acordado,
ruir um sonho.
E ainda escutava os barulhos de uma realidade recente, enquanto recolhia-me, os cacos, numa mala velha e puída; e não havia mais nada além da porta que agora era só de saída... eu só queria amor, mas eu não sabia.
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