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31.3.13

desbrasília


pulo fora em grande estilo.
vou embora de verdade.
não adianta dar chilique
nem morrer de saudade.

mas se você quiser que eu fique...

já tenho o que propor:
nos mudamos pro conic
pra vivermos só de amor
reiventados na cidade.


13.11.10

Brasília vai a São Paulo para uma tarde literária

O livro "50 anos em seis – Brasília, prosa e poesia" chega a São Paulo no dia 27 de novembro para um lançamento na Livraria da Vila. Metade de seus autores - Pedro Biondi, Liziane Guazina e Fernanda Barreto - estará lá, das 15h às 18h, para receber e conversar com os leitores e curiosos em geral. A outra metade - André Giusti, Nicolas Behr e José Rezende Jr. - não poderá comparecer em carne e osso mas se apresentará aos paulistas em contos, crônicas, poemas e minicontos sobre uma cidade com muito mais mistérios do que ministérios.

Publicada em maio, durante as comemorações do cinquentenário da capital do país, a coletânea aborda uma Brasília cotidiana - aquela que se revela além dos Três Poderes e à revelia de suas vias cartesianas. Entre as paisagens projetadas por Niemeyer e a exuberância do cerrado, os autores vasculham os dias ordinários de uma cidade sonhada e construída pelas mãos de trabalhadores do Brasil inteiro.

Cada um a seu modo, os textos conversam entre si: falam de amores e amizades destiladas em mesas de bar, reiventam siglas, brincam pelos setores, remontam a utopia de Juscelino Kubitschek e gritam de solidão. Mas o livro passeia também pela burocracia das repartições públicas. Ora entrando pela porta dos fundos, ora pisando nos tapetes vermelhos da rotina palaciana, a publicação aproxima o leitor das relações de poder carimbadas no imaginário de todo o brasileiro.

Com apresentação de Sérgio de Sá e projeto gráfico de Bruno Schurmann, "50 anos em seis – Brasília, prosa e poesia" é um livro independente e politicamente incorreto, elaborado coletivamente durante uma dúzia de encontros pelas superquadras da cidade. Sua publicação é, sim, uma forma de homenagear a capital federal. Mas é, sobretudo, uma tentativa de compreender e traduzir suas virtudes e estranhezas arquitetônicas e humanas.



Lançamento do livro "50 anos em seis – Brasília, prosa e poesia"
Autores: Nicolas Behr, Jose Rezende Jr., Liziane Guazina, Fernanda Barreto, Pedro Biondi e André Giusti
Data: 27 de novembro
Horário: 15h às 18h
Local: Livraria da Vila - Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena (SP) - Piso superior

A foto dos autores do livro é do fotógrafo Leopoldo Silva.

10.9.10

o desabrochar da seca


faz mais de 100 dias que não chove em brasília. nesta época do ano, o chão aqui vira barro seco. a poeira corre para todo lado e a fuligem das queimadas entra pelas janelas. não há umidade no ar. andando pela aridez do planalto, sob o sol do meio dia, respirar exige certa concentração.


reclamar do tempo seco vira o passatempo preferido da população. é compreensível, pudera: o céu é tão azul e luminoso que quase oprime a gente. nenhuma nuvem passeia, nenhum passáro arrisca voar. e o dia inteiro brilha dentro dos nossos olhos.


o cerrado se revela nas sua característica mais marcante: o arvoredo sem folhas, a casca dura das árvores. as flores coloridas de outrora estão caídas sobre o chão. não se vê quase nada de frutas pelas calçadas - pois, para quem não sabe, brasília é tomada de árvores frutíferas. são mangueiras, pitangueiras e abacateiros aos montes.


mas não nesta época. agora, o que se mostra são vastos campos de galhos nus e contorcidos. árvores que resistem à falta de água dia após dia, todos os anos, sabe-se lá desde quando. e como são exuberantes na sua magreza desfolhada!

nestes tempos em que apenas o ipê amarelo reina em flor, é lindo ver o que revelam as árvores desarvoradas. a ausência da cobertura viçosa deixa a gente ver vilarejos de joão-de-barro, casinhas de abelhas, de marimbondos e outros tipos que desconheço.

mas as folhas que cobriam as árvores ocultavam também objetos estranhos, que não passariam incólumes ao jogo dos sete erros. olhando com cuidado é possível encontrar esqueletos de pipas, tênis suspensos pelos cadarços e até uma grade protetora de ventilador presa entre os galhos.


dizem que a chuva só vem lá para novembro. enquanto isso, a gente se resolve como pode: muita água mineral e, sobretudo, o escapismo lúdico que esse desabrochar às avessas proporciona.

cada detalhe do cerrado encurta a espera pelo cheiro de terra molhada.
afinal, daqui a pouquinho são pedro não nos dará trégua. e, debaixo d'água, reivindicaremos ansiosos pelo próximo período de seca.

16.7.10

scs

sempre que posso vou a pé ou de bicicleta. é minha forma de viver um romance com a cidade, ficar íntima do seu cotidiano. gosto de escobrir lugarzinhos secretos, escutar o movimento da população, sentir cheiros de sono, pressa, tristeza... perceber o tempo com forma e espaço.

ouço mp3. olho pro alto. cumprimento desconhecidos. respiro. brinco de respirar: mais devagar, profundamente, duas inspiradas pra cada expirada. e, assim, me divirto sozinha. um pé atrás do outro, um passo de cada vez. vendo a vida a andar.

para mim, um dos lugares mais misteriosos da cidade é o setor comercial sul. e não é que os bons ventos me levaram a trabalhar exatamente aqui? estou muito satisfeita em poder desvendar um pouquinho mais o dia-a-dia dessa região que é, sem dúvida, a mais popular de brasília.

igreja, restaurante, sauna gay e comitês políticos são vizinhos por estas bandas. e o lugar é ideal para resolver as coisas práticas da vida. há oferta de todo o tipo de serviço: banco, costureira, copiadoras, revelação de fotografias, lotérica, cursos variados, restaurantes, botecos e até galerias de arte.


para quem estiver de passagem por aqui, recomendo uma paradinha no café central para comer tapioca, beber suco de laranja e bater um papo com o pessoal simpático que trabalha lá. também achei muito bacana a sala do povo, que tem biblioteca, tv e acesso gratuito à internet.













8.7.10

assim já é demais!

andando pelas ruas de brasília, a gente descobre cada coisinha! ontem eu já havia publicado aqui um poema que achei no ponto de ônibus. mas hoje, andando de bicicleta na cidade, achei um ponto de ônibus que é, ele próprio, pura poesia!

isso sem falar nesses verdadeiros túneis de árvores espalhados pela capital federal. não há como passar incólume. e como se não bastasse, nesta época do ano o friozinho faz uma dupla insuperável com o sol, brindando a gente com dias maravilhosos!

francamente, assim já é demais brasília!

\o/




6.7.10

bonde do lenine

desde que a firma se mudou para mais pertinho de casa, tenho ido trabalhar de bicicleta - como já contei aqui. mas hoje resolvi mudar a rotina e ir de ônibus. mesmo que a bike seja lúdica, andar de busão é bão por que exige menos atenção às coisas práticas da vida.

dá para demorar o olhar naquela árvore frondosa, sabe? ou quem sabe admirar os transeuntes sem se preocupar com o carro tá vindo logo ali e que pode te atropelar. dá para fotografar os prédios, o sol, as pessoas e até ficar informada no ponto de ônibus sobre aquele show do lenine que vai rolar de graça, na próxima sexta-feira ;)




3.7.10

não vá se perder por aí

o parque nacional de brasília é um dos meus lugares preferidos na cidade. com 30 mil hectares de natureza exuberante, ele abriga também duas piscinas de água corrente e mineral. ao que tudo indica, os macaquinhos que vivem lá se relacionam bem com os visitantes. há pássaros de espécies variadas, milho verde e água de coco. a reserva é mesmo uma delícia, especialmente nestes dias de solzinho e frio.

a primeira coisa que eu faço quando chego ao parque é correr a trilha cristal d'água. são cinco quilômetros no meio do cerradão. depois dessa empreitada, fica até mais fácil cair na piscina, já que a água está geladíssima nesta época do ano. aos visitantes de primeira viagem, sugiro um pouco de atenção: digamos que o parque não é sinalizado o suficiente para atrair a atenção de pessoas distraídas - como eu ;)

há uns três ou quatro anos, deixei passar batido uma plaquinha de "acesso restrito ao ibama" e fiquei pelo menos três horas perdida em meio aos vastos 30 mil hectares... não houve desespero pois eu seguia sempre em alguma trilha. e reza a lenda que uma trilha sempre leva a algum lugar. mas confesso que a falta de água e o sol rachando a cabeça me deixaram um pouco atordoada. meu amigo leonardo menezes, que estava comigo na ocasião, me monitorava pelo celular.

talvez eu seja mesmo muito desorientada, mas até hoje acho péssima a comunicação visual do parque, sem falar nas lixeiras inadequadas que deixam tudo que é tipo de besteira à mão dos macaquinhos. mas minha crítica ao parque encerra aqui. no mais, sou louca pela água mineral. e considero realmente um privilégio morar tão pertinho deste lugar que é literalmente uma perdição de tão bom.




29.6.10

final de tarde

como comentei ontem e não há quem conteste, a lua em brasília é mesmo es-pe-ta-cu-lar! mas o astro-rei não deixa por menos. olha o clique que o leopoldo silva fez do sol se pondo no último domingo.

ai, ai, ai... o que gritam estes dias ensolarados?




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26.6.10

nós duas

após um pequ
eno e forçado recesso, estou de volta à minha rotina bicicleteira. no início deste ano decidi abrir mão do cotidiano motorizado e vendi meu corsinha. a vida, no entanto, se impôs e acabei tendo que adquirir um novo automóvel às pressas.

e é impressionante: andar de carro todos os dias vai me fazendo
paulatinamente uma pessoa triste. abre, senta, liga, engata, freia, pisa, solta, para, vai, reduz, estaciona, desliga, fecha, desce. ufa!

é difícil a vida congestionada. quando estou no trânsito sinto absoluta certeza de realmente não nasci para isso.
e por que, ainda bem, a vida tem destas coisas, uma guinada profissional acabou me deixando mais perto de casa.

agora ninguém segura a mim nem a minha magrela. todos os dias pela manhã atravessamos a asa norte rumo ao setor de autarquias sul.
vamos felizes: eu e, principalmente, ela - que por conta do meu dia-a-dia atribulado só andava saindo de casa aos domingos.

vamos pensando no aqui e no acolá. no que veio e no devir. vamos derrapando, deslizando, voando as tranças, tinindo pelas superquadras, eixos e esplanadas.
no final do dia - a noite escura e a lua alta - voltamos para o mesmo ponto de partida.

o mp3 a mil: arnaldo antunes, gil, mautner e mercedes sosa. o trânsito é sempre um pouco violento, mas a gente tira de letra: por certo somos felizes, eu e minha bike.

19.6.10

pelas tabelas

por que minha cabeça realmente anda batendo panelas, este é meu vídeo deste sábado que, vale dizer, amanheceu insuportavelmente lindo em brasília - o que me possibilitou uma deliciosa manhã do parque da água mineral.



18.6.10

otto


@intenso e dançante o show do otto ontem à noite na feira nacional da agricultura familiar e reforma agrária – brasil rural contemporâneo, aqui em brasília.

antes do moço pernambucano, tocou a banda cidadão instigado, do ceará - apresentação que eu perdi. quem também subiu ao palco foi o lirinha, que mandou ver na poesia.

abaixo, algumas fotos da cobertura que o meu camarada e fotógrafo leopoldo silva fez do otto - o performático.











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cerrado

a gente se corta,
desfolha,
perde a cor,
o viço,
a flor
e volta.

a gente quer ser primavera.
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16.6.10


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amor cartesiano

estes dois olhos
quadrados
de cima mim, tirai!
afastai de mim teus
pontos cardeais.
livrai-me da tua paixão
por simetrias,
arrancai teus eixos do
meu caminho
e correi comigo pelos
buritizais
para todo horizonte.
além.
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11.6.10

macarrão cultural

brasília não tem becos. mas acredite: suas amplas avenidas guardam muito mais mistérios do que ministérios. o congresso nacional e o palácio do planalto ficam a 10 minutinhos dali. no entanto, o ambiente do macarrão na rua está a quilômetros da imagem que a gente costuma fazer da capital federal. de segunda a sábado, o estacionamento de uma quadra comercial da asa norte se transforma num misto de restaurante com centro cultural. a partir das 18 horas, os carros cedem espaço para mesas, cadeiras, palco e decoração.

o cardápio faz o gosto e o bolso da freguesia: espaguete, talharim, nhoque e mais meia dúzia de massas com diversas opções de molhos - tudo produzido artesanalmente - a um preço médio de R$ 8,00. "a gente procura oferecer um serviço de qualidade e diferente do que se encontra por aí", ressalta carla alessandra, que em 2002 teve a ideia de montar o negócio em parceria com o sócio ronaldo de camargo.



o lugar também serve caldos, cachorro-quente, cerveja, vinhos e aposta na programação cultural para atrair o público. o palco é montado entre as mesas e a carrocinha de massas. uma parceria com a escola de música de brasília garante shows de artistas virtuoses todo dia 29 - data do nhoque da sorte. além disso, os proprietários organizam espetáculos teatrais, bazar e até mostras de filmes.

há dois meses em brasília, o engenheiro civil douglas ângelos aprova a iniciativa. "eu moro perto e o lugar chamou minha atenção. tenho vindo muito aqui, gosto da comida e da música ao vivo", destaca. o colega de profissão elivelton roberto também virou frequentador assíduo. "o lugar é descontraído, a comida é boa, não é tão caro e acho que o ambiente da rua deixa as pessoas mais comunicativas".

conectado com as redes sociais, o macarrão na rua se comunica com seus clientes por meio do orkut e do twitter. outra preocupação é com o meio ambiente. "procuramos evitar ao máximo o uso de materiais descartáveis, o que não é muito fácil quando se trabalha na rua. Mesmo assim, estamos avançando e, aos poucos, vamos substituindo nossos utensílios por materiais duráveis", destaca carla.


8.6.10

eita trem bão!

quando chega junho, brasília ferve. é festa junina para tudo quanto é lado. pipoca, quentão, canjica, pescaria, quadrilha e muito forró. o festejo toma conta da cidade. no último final de semana foi a vez da quadra 410 norte organizar o seu arraiá. o festejo acontece bem em frente ao meu prédio e no próximo ano vou até ver se ganho algum alugando minha janela como camarote. ;)

além de música boa e comidinhas deliciosas, a diversidade da vizinhança elevou o astral do festerê. também teve feirinha, brinquedos para a criançada e o famoso caldo fino. eu dei uma passadinha por lá na sexta-feira e chamei muitos amigos para prestigiar no sábado. diversão garantida. abaixo, confira algumas fotos da série: "arraiá da sqn 410. eu fui!".










30.5.10

os calhordas

brasília fez meio século em abril deste ano e a festa ficou por conta do movimento "brasília, outros 50". foi nesse clima que nasceu a rede polvo - um coletivo interessado em fazer comunicação colaborativa e cidadã. assista a seguir ao vídeo produzido pela rede em que o ator adeilton lima recita "os calhordas".


19.5.10

é hoje o dia...


hoje, às 19 horas, no t-bone, tem lançamento do livro "50 anos em seis - brasília, prosa e poesia" - uma publicação independente de andré giusti, pedro biondi, nicolas behr, liziane guazina e josé rezende jr e eu. bom, todas e todos são convidados para o evento e, claro, a ler o nosso livro. o resultado ficou muito bacana, a publicação está linda! e estou orgulhosa demais de ter participado dela.

a concepção coletiva do livro foi uma experiência e tanto: construtiva, divertida. fizemos algumas reuniões e definimos tudo juntos - título, capa, data de lançamento, prazos. cada um de nós se responsabilizava por alguma coisa e, em geral, o pedro biondi era quem não deixava a gente perder a toada. aliás, a ideia do livro foi dele - uma oportunidade para agradecer a cidade por tudo que ela nos oferece.

gostei muito desse pique colaborativo e de conviver com os autores - sou fã de tod@s. o projeto gráfico e a revisão também foram por amigos - bruno schurmann e leonarado menezes, respectivamente - e os dois são excelentes profissionais. a fotografia da capa é de
Patrick Grosner e as fotos coletivas que circulam por aí são do leopoldo silva - meu irmão-camarada.

bom, mais informações sobre o livro estão no blogue dele mesmo =)
http://brasilia50anosem6.wordpress.com/

12.5.10

Coletânea reúne textos sobre Brasília
Lançamento do livro será dia 20 de maio, no T-Bone

No início do ano seis escritores de Brasília chegaram à conclusão de que precisariam homenagear a cidade nos 50 anos de fundação da capital do país. E como escritores podem prestar homenagens? Escrevendo, ora!

Então, Nicolas Behr, José Rezende Jr., Liziane Guazina, Fernanda Barreto, Pedro Biondi e André Giusti reuniram textos que ao longo do tempo haviam escrito para a cidade, e outros feitos especialmente para a coletânea, 50 anos em seis – Brasília, poesia e prosa, a ser lançada no dia 20 de maio.

A publicação idependente traz poemas, contos e crônicas que falam da cidade a partir de seu quotidiano, da epopéia da construção, de seus candangos e burocratas, de seu futuro ameaçado pelo presente, de suas belezas e encantos de céu magnífico e árvores generosas.

Com apresentação de Sérgio de Sá e tratamento gráfico de Bruno Schurmann, 50 anos em seis – Brasília, poesia e prosa não trata a cidade como a Capital da Esperança, mas sim como lugar de virtudes e defeitos, uma cidade normal sendo diferente de tudo que se fez no mundo em termos de urbanismo e arquitetura, uma cidade que se estranha à primeira vista, e que se ama à medida em que vamos ficando e não enxergamos mais sentido em sair.

Livro – 50 anos em seis – Brasília, poesia e prosa

Autores – Nicolas Behr, Jose Rezende Jr,. Liziane Guazina, Fernanda Barreto, Pedro Biondi e André Giusti
Lançamento – 20 de maio, 19h
Local – Açougue Cultural T- Bone – 312 Norte
Preço – R$ 25


Foto da capa: Patrick Grosner
Foto coletiva: Leopoldo Silva


Para mais informações, acesse:
http://brasilia50anosem6.wordpress.com/




24.4.10

romance



e quando eu vi o relógio de contagem regressiva dos 50 anos já havia zerado. brasília completou meio século de vida - e a minha anda tão atabalhoada que nem participei das comemorações. assisti a alguns trechos de shows pela tevê e fiquei sabendo de muita coisa boa pela internet.

mas, embora eu não tenha ido a nenhuma atividade cultural, festejei a capital ao meu jeito. no dia 21 de abril, passeei de bicicleta de uma ponta a outra das asas da borboleta. admirei os aviões da força aérea fazendo malabarismos no ar e fiquei encantada com tanta gente na rua.

brasília é uma cidade esquisita. sua amplidão mexe com os sentidos da gente. seus burocratas carimbam uma imagem protocolar da cidade. mas brasília é puro charme e cheia de 19 horas. um lugar lotado de pessoas de peito aberto vindas dos quatro cantos do brasil e do mundo.

vivo aqui há sete anos e neste tempo fui me apaixonando pelos enigmas da cidade. gosto de brasília de todos os ângulos. quero tudo o que ela tem. gosto ainda mais por considerá-la uma cidade difícil. a gente avança daqui, ela recua dali - e vice-versa. tenho com esta cidade um romance para o qual não vejo fim.


* a foto lá de cima é do meu grande amigo e fotógrafo, brasiliense da gema, leopoldo silva.

31.3.10

gorjeta

em brasília, 19 horas.
em tóquio, a bolsa sucumbe,
a informação procria,
duplica, triplica, não cessa...

o relógio da parede matraca,
no pulso, pulsa, tic-taca:
tenha pressa, tenha pressa...

o dinheiro não dorme,
compra sonhos de noites insones.