19.1.12

equilibrista

ser feliz agora ou depois? aguentar sofrimentos em prol de alguma recompensa dos deuses? presente e futuro estão em eterno diálogo nas mentes e corações humanos. negociamos o tempo todo com nós mesmos: poupar ou gastar? se jogar na balada ou dormir cedo? priorizar o trabalho ou os estudos? o prazer ou o dever?

as belezas fortuitas da vida atraem. mas ao calcular consequências com as quais não estamos dipostos a lidar, acabamos nos afastando de algumas delícias tentadoras. quando desejamos alguma coisa mas não tomamos uma atitude, estamos nos afastando do aqui e agora da vida.

a juventude, todos sabemos, não volta. e a velhice poderá ser longa, docemente ou não. construir o arco da vida de um período ao outro é uma missão revolucionária de todos os dias. pavimentar esse caminho em plena paz de espírito é uma tarefa que me parece improvável, senão impossível.

se por um lado a zona de conforto é agradável, por outro, a minha mente inquieta não tolera a acomodação. em outras palavras, o perfil "casado, fútil, cotidiano e tributável", como escreveu pessoa, não combina com a minha impulsividade quase 3.0. o preço que o futuro irá cobrar, ninguém sabe.


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