12.12.11

presidiárias costuram futuro melhor

rodeadas por tecidos, agulhas e maquinário, seis mulheres trabalham orientadas pelos princípios da economia solidária no segundo andar da penitenciária feminina madre pelletier, em porto alegre. elas formam o grupo de costura liberdade, um dos seis núcleos de produção da rede Industrial de confecção solidária (rics), responsável pela produção de vestuário para o grupo hospital conceição - o maior do rio grande do sul. 


 eu estive lá em 2008, quando tive a oportunidade de conversar com estas mulheres e conhecer um pouco da realidade delas mais de perto. havia outras iniciativas de geração de renda no presídio mas, segundo as apenadas, o grupo da economia solidária era o mais concorrido por três motivos principais: 1) o clima era melhor, 2) o salário era igual entre todas, 3) essa lógica produtiva não estimulava a competição entre elas.  


com estes atributos, a labuta corre bem melhor. juntas, elas chegam a confeccionar 800 peças por dia. “pra gente não tem tempo ruim. nós somos boas e podemos tocar qualquer produção", me disse orgulhosa noeli S., uma das apenadas. muitas delas chegam ao grupo com noções mínimas de costura. elas vão aprendendo umas com as outras e, geralmente, saem de lá costureiras de mão cheia. 


 outro bom fundamental é que o grupo atua em rede, ou seja, existem outros grupos de costura do lado de fora do presídio e isso já possibilita um novo horizonte para as presidiárias. a economia solidária também é um tema presente aponta perspectivas diferentes sobre o mundo do trabalho. “a gente parece mais uma família. a gente se ajuda, se ensina, conversa sobre tudo. às vezes nos sentimos até livres aqui dentro”, me disse noeli, naquela ocasião. 


a responsável por esta bela iniciativa é a ong gauyí, que foi tema de matéria num programa da tevê globo.




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