mudo sob a rede branca. e as almofadas azuis
colorem quentes - sutis - meus sonhos mais infantis
por trás dos belzebus.
tua quentura não queima: abranda o fogo e teima
em me fazer mil doações. dou-te meu corpo, quem dera. dou-te até a alma, pudera: tu és em mim uma esfera de tantas loucas espirais.
ai, meus vendavais!
que atravessam teu corpo,
que atravessam teu corpo,
te maltrapilham e por pouco
não varrem toda tua paz.
não varrem toda tua paz.
e o quase torto que resta confunde-se por nossas
frestas abertas em carnavais do passado.
são medos escorraçados de um tempo turvo, virado,
em que o amor não tinha nada, nadinha demais. tudo
então era carteado: um lance e outro dobrado, um jogo de quem dá mais.
e agora esta quentura, esta paixão inflamada pelas
manhãs nunca iguais: o sol na tua brancura reflete a nudez do meu corpo, inda semiacordado, tinge as janelas, vitrais.
então te beijo e bom-dia. caminho zonza até a pia,
preparo o café que te apraz. se a gente é verdadeiro
e nossa morada é completa, só peço à sabedoria que
venha de bicicleta aportar no nosso cais.
2 comentarios:
Olá Fernanda!
Adorei teu blog e principalmente como escreves.
Um beijão grande. Bom final de semana!=)
Muito suave, gostoso e lindo esse poema. Dilíça de amor!
Muuuuuuito fã!
Bj!
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